Momento Mario Quintana

Da felicidade.

Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão por toda parte, os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!

Deixa dizer-te:

- Me colocaram aqui! Onde vivo com

O silêncio dos gritos,

O incômodo da presença,

A ausência fixada em mim e naqueles

que ao meu lado não estão.

Olho para olhos que vêem, mas não me enxergam

Crio fantasias que me sustentam

E me entristeço pelo meu olhar vazio, não de mim,

mas do mundo valioso das pessoas.

E é com tudo isso que preencho aquilo

que para vocês é falta.

Pois, sendo louco eu perco o que é caro aos outros,

Mas construo algo que só há dentro de mim.

Mas do que adianta falar?

Há algo Maior no tempo que tens para me escutar?

(Ana Carolina Guedes Costa, 2009)

A minha morte em mim!

Certo dia, após anos de vida, acordo e percebo que morri!!! Definitivamente, eu não existo mais em mim.
Negando, o que me ocorre é o isolamento. Algo superficial frente ao quanto já o sinto em minha existência.
Raiva, muita raiva daquilo que poderia ter sido e que, ainda, não fui. Indago-me: terei tempo de ser?
Surgem tentativas desesperadas de criar explicações que, em fato, nem eu mesma acredito.
É inevitável!!E junto a impossibilidade de mudança a qual esta palavra se refere acrescento um mergulho desesperador em uma angústia incessante. Me deprimo!
De repente, me encontro com algo curiosamente meu: "Eu quero viver!" Aceito meu desejo pela vida com a certeza de que esta minha morte é inquetionável.
Finalmente, encontro nos entornos profundos do meu ser algo que, agora, habita em mim e desejo ser construído por todos:
"É fato que preciso morrer. Destruir ilusões, sentimentos de onipotência, a voz excessiva do outro em mim, dar adeus a pessoas queridas, dar vida aos meus projetos e construir sempre novas possibilidades de ser. Compreendendo que é morrendo aos poucos que se vive! E devo me lembrar que pe preciso coragem para viver e autenticidade para aceitar que irá morrer, uma morte do corpo e nunca do ser!!!"

Ana Carolina Guedes Costa.

Borboleta

Aiii...aiii...Cada dia mais consigo me perceber como uma borboleta!Isso no sentido mais ilustrativo da palavra. Às vezes me sinto uma lagarta, às vezes borboleta.Lagarta quando me sinto fora de mim, quando não encontro respostas, quando me sinto feia, desajustada, quando penso que não estou mais me enquadrando no lugar onde estou, mesmo que seja apenas por alguns dias. Quando uma tristeza me invade, quando uma angústia me domina. E eu me transformo numa pessoa que eu mesmo desconheço: triste, monossilábica, de olhar vago, sem chão, sem rumo...apesar de todos as maravilhas e bençãos que possuo nesta vida.Pior, me sinto ingrata ao me senti assim.! Será que não me permito nem ter momentos tristes? Será q estou me testanto? Ou testando aqueles que estão perto de mim? Algum sentido deve haver para ser lagarta quando se pose ser borboleta!!!!Borboleta me sinto...SIM. Na maioria das vezes, dos dias, das horas! E o que me ampara nos momentos de lagarta é saber que a qualquer momento eu posso voltar a ser borboleta, abrir minhas asas, meus pensamentos, meus sonhos, minha vida e voar. Pra onde eu quiser, pra onde minha fantasia permitir...Afinal ser borboleta é anúncio de felicidade, prosperidade, alegria, enfim...momentos de desfrutar e orgulhar daquilo que melhor há neste mundo: a vida que temos. O que inclui os amigos, familiares e principalmente nós mesmos!É isso que quero ser...é isso que sou...BORBOLETA. Só tenho que aprender a aceitar os momentos de lagarta!Viver para aprender....e aprender vivendo!

Entãoo pessoal..
Se é que terá alguém visitando este blog...mesmo porque o intuito de criá-lo é mais para trabalhar minhas angústias do que para fazer amizades.

Escreverei aqui aquilo que sinto, porém tenho dificuldades em perceber, em lidar, em aceitar...enfim..quero ler eu mesma aquilo que se passa dentro de mim. Talvez assim compreenda melhor meus medos, minhas aflições, minhas tristezas e até minhas alegrias.

Me conhecer, para poder me valorizar!